5 passos para não cair nas economias bestas
5 passos para não cair nas economias bestas
Oi você que acompanha o Mulher Rica! A Maiara falou um tempo atrás sobre as
“economias bestas” e eu achei o vídeo tão bom que indiquei para uma cliente.
Logo em seguida, mandei um email para a Maiara perguntando se eu poderia
contribuir escrevendo um post sobre esse assunto, contando como eu faço para
identificar as minhas economias bestas e as “não-bestas”. Como você pode
perceber, ela aceitou :).
Economias bestas
Recapitulando, uma economia besta é aquela que não vai te trazer
benefícios, seja no curto ou no médio prazo. O exemplo que a Maiara usou é
o da menina que queria cortar o Netflix, mas ela a-do-ra assistir filmes.
Faz sentido ela cortar o Netflix e acabar infeliz por causa disso? Não, não
faz. Pode ser que para outras pessoas cortar o Netflix seja uma boa. Eu,
por exemplo, não tenho muito tempo para assistir filmes em casa, então acho
que não compensa, simples assim.
Por outro lado, eu gosto de ir ao cinema. “Ah, Daniel, mas cinema é tão
caro, seria muito melhor você ter Netflix e assistir os filmes em
casa“. Pois é, financeiramente falando, sim, seria mais econômico fazer
isso. Mas ir ao cinema é uma coisa que gosto de fazer com meu amor ou com a
família, é um momento que valorizamos. Não é só o dinheiro que
pesa, né? Temos que viver a vida, não sobreviver. Eu gasto um
pouco mais com cinema, mas compenso com outras economias.
Quero x Preciso
Um conceito bem comum no mundo das finanças pessoais é o de “necessidade x
desejo” (ou ‘quero x preciso’). De forma simplificada: “necessidade” é o
que você precisa para sobreviver – como um teto, roupas,
comida e saúde/higiene básica. “Desejo” é todo o resto. Assim, vários
autores que tratam de finanças pessoais dizem que você deve cortar tudo que
puder na categoria “desejo”. Mas quem é a única pessoa no universo que pode
definir o que você quer e o que você precisa? É você mesma! E só você!
Mas vamos pensar um pouco mais.
Necessidade | Desejo |
Ter um teto sobre sua cabeça | Morar no bairro mais caro/chique da cidade |
Ter sapatos | O quinto par de sapatos que você compra no mês |
Ter um meio de transporte | Ter uma SUV último modelo |
Ter internet em casa pra manter contato com a família que mora longe | Ter o pacote mais caro do provedor de internet |
Você vê onde quero chegar? Você pode justificar cada despesa que tem como
sendo uma necessidade, mas eu pergunto: será mesmo?
Para responder a essa pergunta, você precisa ter consciência dos seus
valores pessoais e os da sua família. O que é realmente importante para
você? Você assina Netflix só pelos filmes e séries que estão disponíveis ou
para ter alguns momentos em família? Ou talvez você assine para poder
comentar os filmes na hora do almoço com o pessoal do trabalho. Você talvez
nem assista, mas sua filhinha pequena adora os desenhos e isso a acalma por
alguns minutos. Entende? O importante nesses casos não é o Netflix em si,
mas o que ele te proporciona.
Os 5 passos
Então, se em algum momento você chegar à conclusão de que precisa cortar
algumas despesas, faça o seguinte:
- Liste as que seriam candidatas ao corte ou a
redução ordenadas por ordem de “essa eu não cortaria nem ferrando”
até aquela “é, eu acho que cortaria essa aqui”. Não se preocupe em listar
os valores, a não ser que você saiba de cabeça ou queira dar um passo
além.
- Compare as duas primeiras despesas dessa
lista. Agora imagine que você só tem dinheiro para pagar
UMA das duas e que você vai ficar sem o produto ou serviço da que não
pagar. Sem trapacear! Não vale pensar “eu ficaria devendo” ou “eu posso
pagar no cartão”. Imagine que você não tem opção a não ser pagar ou ficar
sem aquele serviço ou produto. Qual das duas despesas você escolheria
pagar? Mova a despesa eleita uma posição acima na sua lista.
- Agora compare as duas últimas despesas da
lista, da mesma maneira. Qual delas você escolheria pagar? O que
você perderia se ficasse sem o produto ou serviço que essa despesa
representa? O que você ganharia se a cortasse? Como seria sua vida e a vida
da sua família sem isso? Lembre de pensar além, de pensar no que isso
representa. Quando você decidir entre as duas, mova a despesa que você
escolheu pagar uma posição acima.
- Enxágue e repita, siga comparando as despesas
duas a duas e arrumando a ordem delas até que você esteja confortável com
sua lista. No topo deve estar a despesa que você mais sentiria cortar, e no
final da lista deve estar a despesa que você menos sentiria falta.
- Agora você tem uma lista que realmente reflete seus desejos e
necessidades, seus ‘queros’ e seus ‘precisos’. Você sabe que se resolver
cortar o primeiro item dessa lista vai estar prestando um desserviço a você
mesma e que vai se arrepender logo, logo. Trabalhe nos últimos
itens. Veja se você pode realmente cortar algum deles. Talvez você
possa só reduzir, pegar um pacote mais barato, trocar de marca?
Um pouco de desconforto aqui sempre é natural e até benéfico. Nós mudamos
quando saímos da nossa zona de conforto. Questione-se, pergunte a si mesma
se essa despesa pode mesmo ser cortada ou reduzida. Então desafie sua
própria resposta, duvide de você! Pergunte-se “se eu perguntasse para
meu marido/namorado/mãe/melhor amiga se essa despesa é importante para mim,
eles diriam que é?“. Se a dúvida persistir, pegue o telefone e
pergunte mesmo para eles. Você pode se surpreender com as respostas!
E depois?
Você conseguiu encontrar uma despesa para reduzir e ela não é uma economia
besta? Fantástico! Você pode usar esse dinheiro para aumentar seu colchão
de segurança ou para começar a investir. Você também pode transferir esse
valor para outra despesa que sabe que está precisando ou iniciar uma
poupança para aquela viagem. Não importa o que você decidiu, o importante é
colocar em prática AGORA. E parabéns! Quem manda no seu dinheiro é
você!
Você consegue pensar em alguma economia besta que tenha feito ou está
fazendo? Teve alguma ideia sobre uma despesa que pode ser reduzida sem
transformá-la em economia besta? Então conta pra gente nos comentários,
pode ser que você acabe inspirando outras leitoras.
Daniel Trezub é fundador do Meu
Dinheiro, Minhas Regras, no qual ele ajuda as pessoas a entenderem que
seu dinheiro é seu e que quem manda nele é você.