Parece que corri uma maratona… parte II
Continuando… (se você não leu a parte I, clique aqui para ler)
Faltando um pouco mais de 3 semanas, eu descobri muito por acaso, numa conversa com colega de trabalho, que a maratona de Melbourne ia acontecer.
Seria num lindo domingo de outubro, e mais perfeito ainda, dia 18, um dia depois do meu aniversário. Seria isso um sinal?
Eu precisava participar dessa corrida, era meu grande objetivo, era um sonho.
Enviei um SMS para o namorido lá pelo dia 01/10: Vamos correr a maratona de Melbourne dia 18/10?
É claro que ele achou que eu estivesse louca. Em casa no dia seguinte, eu falei pra ele, preciso correr essa maratona, se eu conseguir cruzar aquela linha de chegada vou ser capaz de realizar qualquer coisa.
Ele topou essa comigo.
Tínhamos 3 semanas para treinar. Meu pensamento foi: “Ok, não temos os 3 meses que são ideais, mas estamos há 7 semanas com nossa alimentação exemplar e malhando pesado na academia, não estamos saindo do zero. A gente consegue.”
Resumindo, foram as 3 semanas mais incríveis dos últimos tempos nas nossas vidas. Nos determinamos, nos focamos, estávamos felizes, confiantes… eu já estava me sentindo vitoriosa, antes mesmo de realizá-la. Essa maratona transformou nossa vida nessas 3 semanas.
Estávamos vivendo aquele sonho juntos e intensamente. Foi mágico.
O máximo que conseguimos fazer durante os treinos foram 25km no domingo anterior a corrida. Não tínhamos muito tempo para ir além.
Eis que chega a véspera da prova. Passamos o dia sem fazer muito esforço, resolvemos algumas coisinhas da vida e deitamos cedo para o grande dia.
A pessoa aqui, sabe se lá se foi por nervoso, ansiedade ou qualquer outra coisa, dormiu 3h apenas e passou a noite com febre e tosse.
Acordamos no dia seguinte e eu com a grande questão: CORRER ou NÃO CORRER. Eu estava malzona de febre mas não podia acreditar que o dia que eu tanto tinha sonhado chegou e eu não estaria lá com os outros corredores e nem acompanharia o Luiz… Coração sangrando essa hora.
Enfim, tomamos café, e eu tomei paracetamol, não queria desistir assim tão fácil.
Partimos para o local da prova e eu decidi: VOU CORRER.
Olhei para o Luiz e fiz algumas recomendações do tipo: Eu vou começar essa corrida, mas se eu te disser que não to conseguindo mais e resolver parar tu segues, alguém tem que cruzar aquela linha de chegada.
E lá fomos nós. Era muita emoção, era muito nervosismo… era tudo muito intenso.
Foi tudo indo muito bem, até os 10km lindo e maravilhoso.
Tomamos bastante água, ingerimos o gel de hidratação, que nunca me cai muito bem e fomos. A parte crítica da minha vida foi nos 20 e 21 km. Comecei a sentir a febre de novo, mal estar no corpo, fora o cansaço natural da prova, tudo doía. Os trecos que eu tinha ingerido começavam a voltar, ieka! E foi difícil assim até os 26/27 km, foi quando comecei a trabalhar minha mente para aguentar firme e pensar que só faltavam 15km foi me fazendo aguentar firme.
Eu pensava, só falta 15km Mai, isso é muito possível, você consegue e mantive essa mesma vibe pelo menos até os 40km. Os dois últimos kms foi na garra, na emoção, com o coração.
O nosso ritmo foi beeeem devagar, mas corremos o tempo todo. Era o mínimo que eu desejava, não me importava com o tempo, queria mesmo era correr o tempo todo e cruzar a linha de chegada. E foi assim que aconteceu.
Cruzamos a linha de chegada juntos, de mãos dadas, chorando de emoção, de alegria!!! As dores nessa altura do campeonato eram detalhes, hehehe.
Meu lindo namorido foi peça fundamental para que eu alcançasse esse grande objetivo.
Realizei mais um sonho, não foi fácil e por isso mesmo muito recompensador! 😀
Ps. Os dois dias seguintes foram da cama para o sofá, do sofá para cama. As dores musculares foram fortes, mas a febre veio ainda mais forte, rsrsrs mas eu me sentia realizada.
Valew a pena!