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Precificar o trabalho de autonomo

Como precificar o trabalho de autônomo

Como precificar o trabalho de autônomo

Sou autônomo – Como devo precificar meu trabalho?

Olá Riqueza!!

Será que existe uma dúvida mais cruel que o momento de colocar o preço no nosso produto ou serviço?

Colocamos tanto empenho em fazer um trabalho que nos agrade, e chegou o momento de colocar isso no mundo…. e agora?

100% encima? 50% a mais? Qual é o valor do meu trabalho? Será que incluí todos os custos? E o valor da concorrência?

Calma que nós vamos te ajudar com este artigo, e você vai sair daqui afiada para colocar o melhor preço no seu produto e ser bem remunerada com o seu trabalho.

Conceitos básicos de formação de preços

Para começarmos a nossa conversa, existe um conceito base muito importante a ser considerado – na verdade é uma fórmula, e não temos como ignorar esse conceito, por isso vamos começar por ela, que é o seguinte:

Preço de venda = Custos/despesas + Lucro

Nesta fórmula nós conseguimos entender que o preço de venda é formado pelos custos e despesas, mais os lucros – é bastante simples, então vamos passar rapidinho por cada uma das variáveis:

– Custos/despesas: são todos os gastos que envolvem o processo produtivo do produto ou serviço, e também os custos adicionais, como frete, comissão ou impostos e tudo mais que você gaste para finalizar e entregar o seu produto.

No caso dos produtos, existem mais custos porque você precisa pagar matéria-prima, deslocamento de entrega, em boa parte dos casos você usa eletricidade ou outros elementos que te geram gastos e até mesmo ficam difíceis de calcular.

Já quando falamos de serviços, as despesas são bastante reduzidas, porque na maioria dos casos a matéria prima é a nossa criatividade, conhecimento ou tempo, mas ainda assim existem custos bem escondidinhos que precisam ser considerados, como internet, telefone e luz, combustível para quem faz deslocamentos e outras coisinhas – então fique atenta.

– Preço de venda: é o valor que as pessoas vão pagar para ter o seu produto ou serviço, e nós vamos falar nos próximos momentos dos elementos principais que impactam o nosso preço de venda.

– Lucro: É aquilo que realmente vai sobrar depois que abatermos os custos e despesas do preço de venda, e é preciso prestar bastante atenção aqui – tenho uma dica sensacional para você no final deste artigo sobre o lucro!

O que impacta o preço de venda do meu produto?

Esse é um assunto bem interessante para se pensar, porque eu reuni a maior parte dos fatores que realmente influenciam o nosso preço de vendas, e alguns deles estão aqui entre nós, realmente existem e fazem parte do nosso planeta… mas alguns deles estão em um mundinho imaginário que nós chamamos de mente, e eu vou chamar de “a sua própria cabecinha”. Vamos à eles:

Fatores reais de influência na formação do preço de vendas

  • Preços de mercado – O valor que o mercado baliza o nosso produto é um fator importante, porque por mais que o seu brigadeiro seja o melhor do Brasil, dificilmente você conseguirá cobrar 100 reais por cada unidade.

Existem alguns truques para conseguirmos valorizar nossos produtos além de margens convencionais, e o principal fator é a nossa construção de marca, porque um sapato comum na faixa dos 400 reais é aceitável, mas está tudo bem pagar 4mil reais em um Dolce & Gabbana, afinal não é apenas um sapato, é um Dolce & Gabbana (e é lindo!).

Agora, o grande segredo aqui é que a marca construiu uma imagem de luxo, ao ponto que hoje não é a marca que dita quanto custa um Dolce & Gabbana, mas sim o público – um Dolce & gabbana de 200 reais seria muito suspeito.

  • Nível de técnica exigido – Em alguns mercados o nível de tecnicidade e especificidade que você apresenta conta muito na sua formação de preço, porque talvez você seja uma ótima construtora de sites genéricos, mas é diferente de ser a melhor construtora de sites para fisioterapeutas e profissionais de saúde.

O nível de desenvolvimento, cursos e estudos desenvolvidos pelo profissional que conseguem fazer dele um profissional mais qualificado certamente gera um impacto de preço diferente de quem está começando, ou não é tão específico

  • Resultados comprovados – Já percebeu que para algumas compras específicas você procura qualificações de usuários – pois é, se você consegue mostrar para o seu público que seus clientes anteriores tiveram ótimas experiências com o seu trabalho, então você tem um elemento essencial para a prática de preços premium:

Resultados – todo mundo que resultados!

  • Nível de customização – Se o seu produto é adaptado e desenvolvido especialmente para o seu cliente, o seu preço é diferente. Soluções de prateleira são facilmente adquiridas por preços balizados pelo mercado, e você se destaca muito quando dá ao seu produto a cara do cliente dele.

Este conceito também funciona muito bem para os produtos artesanais, afinal as peças artesanais têm elementos que tornam a reprodução completa bem difícil – cada peça é única.

Fatores imaginários de influência na formação do preço de vendas

  • Insegurança – A forma como você enxerga o seu produto não corresponde a forma como o mercado percebe o seu cliente, e você precisa focar em criar um bom resultado que vá além das expectativas do mercado.

O melhor teste para fazer este preço subir é simplesmente subir, e se o seu produto for realmente diferenciado, ainda que esteja um pouco mais caro as pessoas vão perceber o valor agregado diferenciado, e estarão dispostas a pagar mais.

  • Achar que está caro – novamente um reflexo de se preocupar demais com o que as pessoas vão pensar antes mesmo de perguntar – é a vontade natural de querer ser aceito e querer vender mais, mas para o seu negócio crescer de verdade, essa barreira precisa ser vencida.
  • Primeiras impressões sobre o preço – Se deixar levar pelas primeiras impressões das pessoas sobre o seu preço pode assustar alguns profissionais autônomos no primeiro momento, mas talvez você não esteja apresentando para as pessoas certas, ou talvez não esteja conseguindo transmitir os benefícios da forma certa.

Lembre-se de que as pessoas não compram o produto ou o serviço, mas sim os benefícios que aquele produto ou serviço entrega.

  • Conforto psicológico – Algumas vezes é mais confortável para a nossa mente apresentar um valor mais barato para o nosso produto, mas isso vai depender muito do posicionamento que você quer ter no seu mercado.

Se você quer ser premium, tem que cobrar como premium, e se não quiser ser premium, tá tudo bem, mas não pode querer cobrar o preço de premium.

EMPREENDORISMO: PRIMEIROS PASSOS PARA ABRIR O SEU NEGÓCIO

Tudo que você precisa saber para se tornar um Microempreendedor Individual – MEI

Como chegar ao preço premium

Minha receita para você é bastante simples.

Comece levando em consideração a formula básica, porque se você cobrar um valor baixo e não tiver margem de lucro para crescer e se desenvolver, nunca sairá do vermelho.

Trabalhe para ser considerado uma marca premium, e vista a camisa, não tem como chegar no preço premium se não consegue superar a qualidade e expectativas dos produtos de mercado.

Comece com os preços de mercado e construa reputação, ou seja, crie uma biblioteca de depoimentos positivos sobre o seu produto, de forma que os novos clientes não poderão achar caro – eles vão entender que todas as outras pessoas pagaram o preço de ter um produto diferenciado.

Aumente o preço gradativamente, afinal o salto não pode acontecer de uma só vez – e na maioria dos casos é incrível perceber que, se a qualidade do seu trabalho estiver à caráter, quanto mais você aumentar o seu preço, mais trabalho você vai conseguir.

Dica extra sobre o lucro

Eu não esqueci que te prometi uma dica especial sobre o lucro, e talvez isso fique um pouco confuso no começo, mas você vai entender.

Lá vai:

O lucro não é seu!

Exatamente, o lucro não é seu! Se você quer crescer na sua carreira de autônomo, precisa começar a se enxergar como um negócio, e não como um profissional, e o dinheiro que entra é o dinheiro do negócio

O negócio vai te pagar muito bem, mas se você esgotar a reserva financeira do seu negócio pessoal, não conseguirá cobrir custos emergenciais, como a quebra de um computador por exemplo, e também não conseguirá investir em novos equipamentos, cursos, formações e conhecimentos novos – quem tem que pagar isso para você é o negócio, não você mesma!

Defina o salário que o seu negócio pessoal vai te dar, e os custos do negócio, depois de pagar os próprios custos o negócio te paga, e o que sobra é ganho do negócio – a não ser que você seja uma ótima patroa e negocie uma remuneração variável para você mesma, de acordo com os seus resultados.

Se o conceito de negócio ainda for estranho para você, não deixe de conferir o nosso artigo sobre empreendedorismo: como abrir um negócio próprio.